Cerca de 900 mil cidadãos de Gâmbia vão esta manhã às urnas
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As
eleições serão realizadas enquanto 30 opositores, entre eles o maior adversário
político de Jammeh, Ousainu Darboe, estão presos por participarem de uma
manifestação pacífica em abril para exigir uma modificação na lei eleitoral que
desse mais transparência ao processo. Jammeh chegou à presidência após um golpe
de Estado que acabou com o regime de Dawda Jawara, que ficou à frente da Gâmbia
desde a independência do Reino Unido, em 1965. O líder gambiano foi acusado com
frequência de exercer uma violenta repressão política, de restringir a
liberdade de imprensa e de violar direitos humanos, especialmente dos
homossexuais. Neste sentido, o governo nunca esclareceu as circunstâncias do
assassinato em 2004 do jornalista Dayda Haidara, enquanto nos últimos anos
vários membros dos serviços de segurança foram detidos por uma suposta
conspiração contra o presidente. Além disso, vários jornalistas e opositores
desapareceram após serem presos pela polícia secreta gambiana, a temida Agência
de Inteligência Nacional (NIA, na sigla em inglês). Em meio a estas graves
acusações, a Gâmbia se junta a África do Sul e Burundi ao anunciar sua saída do
Tribunal Penal Internacional, ao qual acusa de ser uma instituição dedicada a
julgar exclusivamente dirigentes africanos. Contudo, foi a crise econômica o
tema que dominou o debate durante a campanha eleitoral encerrada ontem. A
Gâmbia se encontra à beira da falência, e em março pediu uma ajuda urgente ao
Fundo Monetário Internacional para sanear suas finanças e evitar o colapso de
várias empresas públicas. Além disso, a crise financeira obrigou o presidente a
tomar medidas drásticas para conter a desvalorização vertiginosa da moeda
local, o dalasi.
O líder
ordenou que nenhum banco cotasse o dólar a mais de 45 dalasis, e proibiu a
saída do país de qualquer pessoa com mais de US$ 10 mil ou o equivalente em
libras e euro. Os programas econômicos impulsionados por Jammeh não conseguiram
garantir a estabilidade macroeconômica, como também não acabaram com a pobreza
dos gambianos, pois a maioria ainda vive com menos de US$ 2 por dia. Seu
principal adversário, Adama Barrow, um empresário de 51 anos, pediu aos
eleitores para darem fim aos "25 anos de regime autoritário"
escolhessem um governo que respeite com os direitos humanos e melhore suas
relações internacionais. Os eleitores da Gâmbia, um país de aproximadamente
11.300 quilômetros quadrados e cerca de 1,9 milhão de habitantes, votarão em
mil colégios eleitorais.
V/Redacção
A VERDADE-GB
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