SITUAÇÃO POLITICA NA GUINÉ-BISSAU, É UM ELEMENTO CONSTRANGEDOR E NÃO FAVORECE IMPLEMENTAÇÃO DAS AGENDAS PUBLICAS DO DESENVOLVIMENTO


foto/DIM

A intervenção das ONGs na Guiné-Bissau deu saltos consideráveis isto, em relação ao período antes da abertura democrática, onde as actuações  das organizações não-governamentais eram de cariz assistencialista com distribuição de géneros alimentares, vestuários e materiais de saneamento, assim avaliou Miguel de Barros secretário-executivo de uma das ONGs mais actuantes no país, nas áreas de cidadania protecção e conservação ambiental, a Tiniguena.
"De transição para a liberalização politica, foi notável um carácter muito mais militante das ONGs voltadas as suas intervenções ao nível das comunidades rurais", sublinhou o sociólogo, salientando que nos finais de ano 90, o carácter militante ganhou um cunho muito forte na actuação das organizações não-governamentais, no que toca a capacidade de apresentar um corpo muita mais profissionalizada e competente dando força ao visto carácter militante na época inicial da democracia no país.
O activista social que falava numa entrevista exclusiva hoje (30.05), a margem de encontro das ONGs na qual foi instituída um espaço de concertação das organizações não-governamentais no país, comparou que a partir do conflito politico militar de 1998, a acção das ONGs emergiu significativamente  e enquanto algo que demostrou a complementaridade do trabalho com Estado, contudo adiantou que, apesar de eram vistas como factor de competitividade e de desconfiança em relação a diminuição da capacidade do Estado, as organizações jogaram um papel de atores que prometiam a existência de um processo de animação e de construção da agenda local, de apropriação da agenda de politicas públicas e de influenciar a própria politica publica, colocando a população dentro do coração do modelo de desenvolvimento.
"De ponto de vista social, económica e cultural, é preciso cada vez mais consolidar a capacidade  das ONGs, a terem uma interlocução a partir de um fórum legitimo, permitindo doutro lado, o dialogo com as estruturas publicas em conceber agendas torcidas ao apoio a desenvolvimento, tendo um mecanismo de coordenação e concertação com atores externos, possibilitando que as politicas publicas nacionais e politicas de cooperação afiarem medidas de convergência que possam levar a efectivação das politicas publicas no país" frisou.
                                              
Factor constrangedor˸
A actual situação politica na Guiné-Bissau, é um elemento constrangedor e não favorece componentes mais efectivos na implementação de politicas publicas a ganharem consistências, isto, atendendo a falta do Estado, que não está imbuído de recursos que lhe garante ser orientador das próprias politicas publicas, assinalou o jovem investigador, acrescentando ainda neste particular que o slogan   "Renovar compromissos com a Guiné-Bissau", foi na perspectiva de empurrar mais a intervenção das organizações junto das comunidades locais, a ter em conta a reciprocidade de relação e confiança entre as ONGs, e trabalhar no processo da consolidação da democracia participativa na Guiné-Bissau, diz Miguel de Barros.
"Deste ponto de vista, a intervenção das nossas ONGs devem ser no sentido de prometer não só a interpelação dos atores políticos a criarem um quadro mais favorável, mas apoiar as próprias estruturas publicas ao nível descentralizada a terem maior proximidade junto da população e com mais coerência nas suas intervenções, acompanhando expectativas das populações a tempo como instituições publicas que têm essa responsabilidade de pilotar as agendas de politicas publicas" concluiu.
Importa ressaltar que, neste encontro foi aprovado um documento designado "carta de valores e princípios" que rege o funcionamento do espaço de concertação ora estabelecida.

Por Djibril Iero Mnadjam



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