GUINÉ-BISSAU LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS NO DOMÍNIO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
UICN/BISSAU |
O presidente do
comité nacional dos membros da UICN no país, notou que as questões da
conservação dos espaços e recursos naturais, fazem da Guiné-Bissau um pais
especial e um laboratório de aprendizagens. Miguel de Barros ao discursar no
ato da abertura da terceira edição do fórum regional da conservação para África
Central e Ocidental que decorre em Bissau, sublinhou que a Guiné-Bissau com a
baixa densidade demográfica e sendo um território muito pequeno e frágil, goza
de uma resiliência enorme e de um compromisso a volta da conservação dos
recursos naturais através dos saberes tradicionais e culturais que permitem a
sustentabilidade da visão ecológica da conservação. "Para isso houve contribuições de varias
personalidades e instituições como o IBAP que foi liderado pelo falecido
Alfredo Simões Da Silva que permitiu mobilizar os esforços nacionais e
regionais para galvanizar a Guiné-Bissau como país da biodiversidade".
Para o director-executivo da Tiniguena uma das organizações mais influentes no
domínio da conservação da natureza e igualmente membro da UICN. "Não basta
fazer fóruns nem encontros periódicos para discutir os desafios, se estes
desafios não constituem reais
estratégias regionais que permitem uma articulação de todas as politicas
publicas e, de uma visão de influencia onde todos os Estados se contam
independentemente da sua capacidade económica ou financeira".
Numa alusão as
questões florestais, as áreas protegidas, as zonas húmidas e os recursos
costeiros e marinhos, Miguel de Barros admitiu que os desafios correntes da
conservação são enormes numa perspectiva regional e global. "As
estratégias regionais não fazem sentidos se não haver capacidades de reagir
perante as situações de alienação de terras a multinacionais sendo um assunto
da soberania nacional que põe em causa a continuidade de povos indígenas"
frisou, adiantando que "Já é impossível ficar só numa perspectiva de
denuncia porque há desafios e esses desafios passam por criar mecanismos
económicos que permite a construção de uma visão de desenvolvimento, onde a
economia da biodiversidade possa favorecer uma economia limpa e que possa gerar
empregos sustentáveis" salientou.
Nesse quadro, o
sociólogo defendeu a necessidade da adaptação da educação ambiental no sistema
educativo nacional numa óptica de civilidade ambiental para a biodiversidade e tal
como da educação alimentar e nutricional criando com isso uma cultura da
conservação.
Durante três
dias (9 a 11), uma centena de delegados/participantes de África central e
ocidental, incluindo os representantes de governos, os actores do
desenvolvimento, os pesquisadores, os representantes das comunidades da
conservação e os actores políticos vão debruçar-se em torno do tema : Conservar a natureza para a paz, a
segurança e o desenvolvimento económico sustentável em África Central e
Ocidental.
Por Djibril Iero
Mandjam
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